Essa é a última sexta-feira de novembro, o que quer dizer que semana que vem já é dezembro e que 2022 está logo ali. Doideira. Ao mesmo tempo em que tenho a sensação de 2021 ter passado voando, também me parece que vivi dois anos em um, o que não é necessariamente ruim, visto que estou declaradamente buscando ter mais vivências nesse mundo. Ponto para a adulta um pouco menos impostora a cada ano que passa (mas a que custo? hehehehelp).
Uma coisa que ameniza o processo de viver algumas coisas pela primeira vez (muitas vezes convertido em trauma, desespero ou fracasso :D) é encontrar pessoas que estão passando pela mesma situação na mesma época.
Essas identificações costumam caracterizar uma geração, às vezes de forma tão marcante que é possível identificar a qual uma pessoa pertence depois de dois minutinhos de conversa. É, eu vou ter que falar de geração Z x millennials.
Rinha de jovem
(crédito da arte: peguei desse site aqui https://blog.ziovara.com.br/genz-x-millennials/ )
Por mais que os dois grupos façam questão de deixar bem marcada a linha que os separa, dá pra colocar tudo num mesmo balaio onde tá escrito “o jovem de hoje em dia” e isso eu não abro para contestação.
A disputa que rola é entre as vivências de cada um, como se existisse uma resposta certa sobre qual cultura deu gerou os seres humanos mais interessantes ou qual infância foi mais bem aproveitada. Preguiça disso. Aliás, não sei se tenho preguiça do debate ou inveja de participar.
Se você der um google (não precisa, eu já dei), vai ver que existe mais de uma separação dessas duas gerações por ano de nascimento das pessoas. Eu li explicações dizendo que a geração Z começa com a galera que nasceu em 1995. Aí vi outras dizendo que é a partir de 1996, depois 1998, 1999 e até 2000. Tendo nascido em 97, eu estou ali no limbo entre essas gerações e sei que não sou a única com sentimentos um tanto confusos sobre em que lugar se colocar. Tanto que, se você continuar rolando o google, vai ver também que já tem até um nome pra quem nasceu nesse meio do caminho, são os zennials, essa sub-geração transicional. Pois é, meio brega.
Acaba que, se você está na mesma situação que eu e se recusa a assumir um rótulo que equivale a dizer que vai ficar em cima do muro, não é tão difícil saber com qual das duas se tem um match mais forte. Mas nunca vai ser 100%, sabe? Se a geração Y (millennials) fosse uma cartela de bingo, eu chegaria a preencher pouco mais da metade dela, mas ainda assim é o lado onde sinto mais pertencimento, então foi onde fiquei, mesmo sendo meio millennial impostora e sofrendo um ou outro bullying dos colegas de geração.
Sim, eu cresci na época de Sandy & Junior, mas não a que Junior tinha cabelo de chitãozinho e cantava “Maria Chiquinha”, e sim a que Sandy usava calça de cintura baixa com a barriguinha aparecendo e cantava eu cresci agoooora sou mulheeer! Dancei muito Rouge e Kelly Key nas festinhas, mas É O Tchan passava longe da playlist. Sendo que quando eu digo que não fui uma criança que desceu na boquinha da garrafa, os millennials me expulsam da roda.
Indo pro outro lado da corda, eu posso dizer que me sinto representada quando vejo os jovens defendendo o Tiktok (amo) e abominando a calça skinny e as sapatilhas de couro (odeio). Eu ouvi good 4 u sem parar por uma semana depois que Olivia Rodrigo lançou. Talvez por duas semanas. Mas as identificações param por aí. No geral, acho até meio difícil ter uma conversa mais longa com os que gabaritam a cartela desse grupo e confesso que fico boiando em vários assuntos deles (nem tenho interesse de estar por dentro). Sinto de desinteresse a intimidação, porque tem uma galera assustadoramente desenrolada, enquanto tenho a impressão de que muita gente da minha geração pensa mais do que deveria e tem medo de agir. A maioria dos gen Z tem uma confiança na própria ideia que chega a ser invejável. Eu não sou assim.
Rinha de gen Z em reality show
Meu programa semanal com a minha mãe (que é geração X) é assistir Masterchef Brasil. Essa semana a competição chegou no top 5 e, entre os finalistas, temos dois representantes da geração Z, Daphne e Eduardo, os dois com 19 anos. Eu tenho quase certeza que com 24, mesmo se tirasse muita onda cozinhando, não teria coragem de me inscrever no Masterchef. Imagina ter 19 e pensar “eu vou”. Terminar o ensino médio e achar que consegue chegar longe numa competição em que com certeza vai ter gente com décadas de experiência a mais que você. Enfim, ainda bem que eles pensaram assim, porque conseguiram. Mas eu não estou aqui pra levantar bola de adolescente.
Daphne e Eduardo são excelentes na cozinha, não teriam chegado na reta final se não fossem. mas nós, telespectadores do Masterchef, não definimos a torcida pelas habilidades do participante, a gente torce por quem a gente não acha babaca, pelas escolhas que a pessoa faz no decorrer do jogo, o seu carisma, a história de vida. Se eu fui com a cara de fulana, eu vou torcer por ela. Fazer o melhor prato é questão secundária.
Daí que eu não estou torcendo para nenhum dos dois. Não pela questão geracional, é que não rolou uma identificação, mesmo, coisa que facilita a empatia. Pensando agora, parece que é, sim, por uma questão geracional (risos), justamente por não me identificar com eles. Mas não é diretamente por isso, vai.
Na real, o meu obstáculo é achar que eles são EXTREMAMENTE geração Z. Eduardo fala que nem um dublador de série teen da Disney (me refiro às da minha época: Zack e Cody, Brilhante Victoria, Hannah Montana, etc). Soa fake (ou youtuber sudestino) demais pra mim. O menino é talentoso, mas não consigo torcer.
Sobre Daphne, eu preciso dizer que ela era uma das minhas favoritas na primeira metade do programa. Skatista, toda descoladinha, mas ao mesmo tempo tímida, na dela. Mas a coisa foi mudando. Ela falou umas besteiras sobre comidas típicas nordestinas (tocou na ferida) numa prova aí em que teve que cozinhar bode.
Segunda coisa: ela simplesmente fecha a cara quando a prova é para cozinhar algo que ela não gosta, ou quando tem que trabalhar em equipe com alguém que não se dá muito bem (inclusive, fofoca: o santo dela não bate com o de Eduardo e vice-e-versa. Ótimo entretenimento, mas por mim os dois podem sair). Não é um descontentamento comum, sabe? Ela realmente faz a prova inteira emburrada que nem criança ignorada pela mãe em loja de brinquedo. Dá vontade de dizer minha filha, isso é um jogo!!! todo mundo passa por isso!!!!! baixe sua bolinha aí, baixe!!!
O último motivo é que ela fala “tipo” a cada três ou quatro palavras. Isso é detalhe, mas é o tipo de detalhe específico que eu sou chata demais pra deixar pra lá, não consigo. Então, se fosse depender desses dois representantes da geração Z pra tirar uma conclusão sobre o todo, a minha impressão não seria das melhores. Ainda bem que podemos contar com a existência de Maisa Silva pra equilibrar essa balança. Se bem que essa fada PERFEITA nem chega a ser humana, pois sempre estará à frente do meu, do seu, do nosso tempo. Beijo, Ma, sei que você deu um jeito de ler esse texto. Sou muito sua fã. <3
carinha de quem carrega uma geração inteira nas costas
Artesanato é tudo de bom
Como eu acabei falando MUITO aí em cima, vou deixar de indicação aqui só um perfil que minha amiga Giulia compartilhou essa semana nos melhores amigos do Insta e eu fiquei obcecada. São casinhas de cerâmica. Passei uns bons 30 minutos olhando todos os posts até chegar no fim. Foram minutos muito bem gastos.
Se você puder abrir só um post, abra esse último. A casinha personalizada não tem só um dog como também tem um vovô!!! Enfim, não tenho condições. Artesãos são bons demais pra esse mundo.
Bom restinho de sexta, minha gente. Obrigada pra quem continua lendo essa baboseira aqui, eu tô adorando fazer. Beijo,
Emília
Maysa rainha, o resto nadinha. 😌